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Aviso: Este blog é dado à parvoeira e raramente, mas muito raramente, falam-se de assuntos sérios.
A minha amiga C. fez 35 anos no passado Sábado. Desta vez e fugindo ao normal fez uma festa de aniversário. Quem conhece a C. sabe que ela gosta de sair e de se divertir, mas quando chega à altura de fazer anos, nada! Tem anos que nem sequer a vemos.
Mas este ano foi diferente, organizou um jantar e lá fomos todos para a Tasca do Leandro na Costa da Caparica.
O espaço é girissimo e tem sábados que tem música ao vivo, mas fora isto a Tasca não convenceu. Uma série de atrasos com o levantamento dos pedidos e a entrega dos mesmos conseguiu desgraçar o jantar. Isso e o fulano que lá foi cantar. Bem, não estou a ser justa, o Jorge Loução, o artista da noite, foi mesmo um artista, brindou-nos com uma série de músicas dos anos 60 e 70 bem regadas com o uisque que ele estava a beber quando eu cheguei às 20H30 e que continava a beber quando nos viemos embora às 00H30.
O melhor da noite foi quando ele cantou o Edelweiss (do filme "Música no Coração") dedicado a um casal recém-casado. A partir daí foi sempre a descer!
Depois das lições de Salazar temos os ensinamentos de Passos Coelho.
http://expresso.sapo.pt/governo-cria-linguagem-para-justificar-medidas-de-austeridade=f752221
Depois de ouvir o primeiro-ministro e de ler a mensagem do cidadão e pai Pedro Passos Coelho não posso deixar de estrabuchar.
Como muitos e muitos portugueses não posso deixar de me indignar contra mais um assalto à nossa carteira, contra mais uma facada contra o nosso orçamento mensal, contra mais uma machadada no nosso espirito.
Todos nós já percebemos e não somos os iluminados da Troika nem do Governo, que este ano de 2012 vai ser um passeio no parque em comparação com o que aí vem em 2013. Que o desemprego vai continuar, pois as empresas estão-se a marimbar (para não dizer pior) para este incentivo de 5.75%. Estes 5.75% que em muitos casos vai-se reflectir em milhões e milhões de euros e que vão servir para que o rendimento mensal liquido de directores e afins não se ressinta, porque são os directoes e afins que estimulam a economia e que fazem compras e que poem o país a mexer.
Só na ideia dos iluminados da Troika e do Governo é que a subida em 7% da TSU para os trabalhadores representa equidade. Só para eles isto não é um imposto, porque o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros escreveu uma carta aos militantes a dizer que não admitia aumentos de impostos em 2013.
Está na altura de termos à frente do nosso país alguém com coragem politica para agarrar o touro pelos cornos e de fazer o que realmente é necessário.
Acabar com as mordomias da EDP, acabar com as PPP, acabar com 50.000 empresas estatais que só servem para nos sugar o dinheiro, como o Metro, a CP e a Refer (etc., etc., etc.), acabar com as reformas de todos aqueles que trabalham meia dúzia de meses para o estado e que recebem milhares. Acabar com subsidios para fundações, como a da Paula Rêgo ou do Saramago. Este último um fulano que viveu grande parte da vida em Espanha e que odiava ser português. Um fulano que que era espanhol de alma e coração e que depois de morto foi enterrado com honras de estado e ainda deram à viúva (por sinal espanhola) a Casa dos Bicos e dinheiro para uma fundação.
Mas também está na altura de ir mais longe e de ter coragem politica para ir ao parlamento. Todas aquelas sanguessugas são profissionais liberais, logo, não deveriam ter direito nem a vencimento nem a reforma. Quem quer ser politico deveria sê-lo exclusivamente por amor à Pátria e não por amor ao dinheiro. Quem quer ser político deveria sê-lo a 100% e não a 20% e nessa altura sim, recebiam ordenado.
Está na hora de os portugueses deixarem ser cornos mansos. Está altura de dizermos o que realmente sentimos.
Atenção não estou a apelar à rebelião nem ao golpe de estado. Na história não hà lugar para Otelos, nem Vascos Gonçalves nem para Fabiões. Não concordo com o que se passa na Grécia em que cada vez que se sai à rua parte-se tudo.
Está na hora de dizermos que pagamos o que devemos, mas que façam cortes também no bolso deles.
Está na hora de nos lembramos do que nos fizeram ao longo de 30 anos. Temos que deixar de votar em quem nos fez mal e que depois voltam de cara lavada. Só no nosso país é que poderiam elegar o Cavaco para PR depois de uma década de desastroso cavaquismo, só no nosso país se chora saudosamente por Salazar depois de ele ter arruinado com a industria, a agricultura e o orgulho nacional. Já estou a ver o Sócrates daqui a 10 ou 15 anos a voltar como o novo PR e tudo para trás ficar esquecido.
Está na hora de agir. Basta de falar e faz alguma coisa.
E já agora Sr. primeiro-ministro, cidadão e pai Pedro Passos Coelho, na sua próxima intervenção ao país que esperamos que seja amanhã antes do Portugal x Azerbaijão, começe o discurso com um "OBVIAMENTE DEMITO-ME".
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